Julgar é humano
DOI:
https://doi.org/10.19135/revista.consinter.00018.09Palavras-chave:
Direito, interpretação, juiz, tecnologia, robôResumo
O objetivo deste trabalho é demonstrar que a Inteligência Artificial, desenvolvida no contexto da Quarta Revolução Industrial (Revolução 4.0), é ferramenta extremamente útil. Porém, existem atividades que, por suas peculiaridades, não podem ser desempenhadas por robôs. Julgar é uma função predominantemente humana. Robôs podem ser úteis para movimentar os processos, preparando despachos e decisões sobre matérias simples e repetitivas. Mas não são providos de uma especial consciência de justiça; por isso, não podem proferir decisões em situações complexas. Será empregado o método histórico-dedutivo. O Direito, desde os primórdios da civilização, evoluiu em um processo aberto e inovador. Essa marcha deságuou, contemporanramente, na adoção das novas tecnologias e da Inteligência Artificial. Todavia, somente o juiz humano – de carne, osso e cérebro – poderá julgar com justiça.
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