Mediação Humanista: A Mediação como Caminho e o Caminho da Mediação

Autores

  • Karina Nogueira Vasconcelos Doutora em Teoria e História dos Direitos Humanos pela Universidade de Florença/Itália; Mestre pela Universidade do Salento/Itália; Mediadora pelo Centro de Mediação e Formação na Mediação de Paris/França; Professora de Direito da Universidade Católica de Pernambuco; Advogada-mediadora.

DOI:

https://doi.org/10.19135/revista.consinter.00002.19

Palavras-chave:

Mediação Humanista, Solução de Conflitos, Cultura de Paz

Resumo

Por volta das décadas de 70 e 80, uma série de movimentos, estudos e práticas vem tentando promover uma inversão cultural, difundindo a cultura da não violência ou cultura da paz. Movimentos de alternativas à Justiça ou mesmo de práticas inovadoras inseridas nos modelos de Justiça tradicionais, como Justiça Restaurativa, praticada por Howard Zehr; a Mediação Humanista, criada por Jacqueline Morineau e processos pedagógicos de diálogo e educação à não violência, como a Comunicação Não-Violenta de Marshall Rosenberg, fazem parte desse contexto. Amplamente difundida na França e em vários países europeus, a Mediação Humanista, objeto deste estudo, inspirada na tragédia grega, desenvolve-se por meio de um procedimento dividido em três fases – Theoria, Crisis e Catharsis –, capazes de produzir o desenlace do nó conflitual. Esta experiência, praticada e difundida pelo CMFM (Centre de Médiation et de Formation à la Médiation) de Paris, vem apresentando grande êxito junto à Procuradoria da República de Paris, solucionando cerca de 80% dos conflitos apresentados.

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Publicado

2016-09-12

Como Citar

Vasconcelos, K. N. (2016). Mediação Humanista: A Mediação como Caminho e o Caminho da Mediação. Revista Internacional Consinter De Direito, 2(2), 463–489. https://doi.org/10.19135/revista.consinter.00002.19

Edição

Seção

Aspectos Relevantes no Futuro do Direito