Autonomia partidária nas democracias contemporâneas: Sartori, Panebianco e Nassmacher
DOI:
https://doi.org/10.19135/revista.consinter.00017.17Palavras-chave:
Autonomia Partidária, Democracias Contemporêneas, Funções PartidáriasResumo
A autonomia é assegurada aos partidos políticos nas democracias contemporâneas para que as siglas possam desempenhar as funções que lhes são atribuídas em cada ordenamento jurídico e manejar os recursos que lhes são disponíveis de acordo com os valores consagrados nos estatutos e programas partidários, como também em conformidade com as estratégias eleitorais adotadas para alcançar as suas metas políticas. Nesta perpectiva, a autonomia partidária volta-se para a promoção do pluralismo político no contexto político delineado no século XXI. A temática da autonomia partidária, embora seja uma matéria bastante relevante, recebe pouca atenção da doutrina jurídica brasileira, o que gera um déficit do acervo bibliográfico especializado no assunto e, quando é analisada, a autonomia partidária é definida à luz da legislação e da jurisprudência brasileira. Frente a isso, questiona-se como a autonomia partidária é conceituada pelos especialistas estrangeiros? Para responder à pergunta, o presente artigo apresenta os conceitos estipulados por Giovanni Sartori, Ângelo Panebianco e Karl-Heinz Nassmacher sobre a autonomia partidária. Ainda, define-se o que são os partidos políticos nas democracias contemporânes com vistas a delinear o contexto político no qual a autonomia partidária se insere. Por fim, expõe-se quais são as funções partidárias com o propósito de ilustrar o leque de escolhas que autonomia viabiliza às agremiações. A metodologia utilizada é bibliogrática e dialética. Como resultado, há a introdução de novos conceitos doutrinários sobre a autonomia partidária no ordenamento jurídico brasileiro.
Downloads
Referências
ALDRICH, John H, Why parties? A second look, Chicago e London, The University of Chicago Press, 2011, N.P, E-book Kindle. DOI: https://doi.org/10.7208/chicago/9780226012759.001.0001
ARAS, Augusto, Fidelidade Partidária: efetividade e aplicabilidade, Rio de Janeiro, LMJ Mundo Jurídico, 2016.
ARENDT. Hannah, O que é política? 12 ed, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2018, N.P, E-book Kindle.
ALVIM, Frederico Franco, Curso de Direito Eleitoral. Curitiba, editora Juruá, 2016.
AVRITZER, Leonardo, “Sociedade Civil e Estado no Brasil: da autonomia à interdendepência política”, Opinião Pública, Campinas, vol. 18, nº 2, p. 383-398, novembro, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-62762012000200006
BARROS, Ezikelly, Autonomia partidária: uma teoria geral, São Paulo, Almedina, 2021.
CAMPOS NETO, Raymundo, A democracia interna nos partidos políticos brasileiros, Belo Horizonte, Editora D ́Plácido, 2017.
CARVALHO, Ivan Lira de,“Partidos Políticos: autonomia, propaganda e controle judicial”, Revista Esmafe (Escola de Magistratura Federal da 5ª Região), Recife, nº 1, p. 229 – 248, janeiro, 2001.
DAHL. Robert, A análise Política Moderna, 2 ed, Brasília, Editora UNB, 1988.
DONIZETTI. Elpídio, Constituições não podem controle ideologia. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2011-jun-26/marcha-maconha-constitucoes-democraticas-nao-podem-controlar-ideologia Acesso em 20 de outubro de 2020.
DUVERGER, Maurice, Os partidos políticos, Rio de Janeiro, editora Guanarabara S.A, 1987.
FOGG, Karen; MOLUTSI, Patrick; TJERNSTRÖM, Maja (2003). Conclusion. In: Funding of Political Parties ans elections Campaings. Stockholm, International IDEA, 2003.
HAZAN, Reuven Y.; RAHAT, Gideon. “Candidate selection: Methods and consequences”. Handbook of party politics, London: Sage Publications, 2006. DOI: https://doi.org/10.4135/9781848608047.n11
LA PALOMBARA, Joseph, “Reflections on Political Parties and Political Development: Four Decades Later”. Party Politics, vol. 13, nº 2, p. 141 – 154, 2007. DOI: https://doi.org/10.1177/1354068807073851
KATZ, Richard; MAIR, Peter. How parties organize: change and adaptation in party organizations in Western Democracies, London, Sage Publications, 1994, N.P, e- book kindle. DOI: https://doi.org/10.4135/9781446250570
KELSEN, Hans, A democracia, 2ª ed., São Paulo: Martins Fontes, 2000.
KRITSCH, Raquel, VENTURA, Raissa W. Teoria política contemporânea, pluralidade e pluralismo: um debate, Lua Nova, São Paulo, n. 102, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-015055/102
MAINWARING, Scott P, Sistemas Partidários em novas democracias: o caso do Brasil, Porto Alegre, Mercado Aberto, Rio de Janeiro, editora FGV, 2001.
MAIR, Peter, “Party system change”, Handbook of party politics, London, Sage Publications, 2006. DOI: https://doi.org/10.4135/9781848608047.n8
MEZZAROBA, Orides. Partidos políticos, Curitiba, Juruá, 2010.
MOTA, Rafael Moreira, O controle judicial da autonomia partidária, Dissertação (Mestrado em Direito), Escola de Direito de Brasília, Instituto Brasiliense de Direito Público, 2017.
NASSMACHER. Karl-Heinz, “Introduction: Political Parties, Funding and Democracy”, Funding of Political Parties ans elections Campaings. Stockholm, International IDEA, 2003.
NASSMACHER. Karl-Heinz, “Monitoring, control and enforcement of political finance regulation”, Funding of Political Parties ans elections Campaings. Stockholm, International IDEA, 2003.
NICOLAU, Jairo Marconi, Multipartidarismo e democracia: um estudo sobre o sistema partidário brasileiro (1985 – 1994), Rio de Janeiro, Editora Fundação Getúlio Vargas, 1996.
NORRIS, Pippa, Why electoral integrity matters? Cambridge, Cambridge University Press, N.P. E-book Kindle. NORRIS, Pippa, “Recruitment”, Handbook of party politics, London, Sage Publications, 2006.
O 'DONNELL, Guillermo, Accountability horizontal e novas poliarquias, Lua Nova, São Paulo, n. 44, p. 27 – 54, 1998. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-64451998000200003
OSÓRIO, Aline, Direito Eleitoral e a Liberdade de Expressão, Belo Horizonte, Fórum, 2017.
PANEBIANCO, Angêlo, Modelos de Partidos: Organização e poder nos partidos políticos, São Paulo, Martins Fontes, 2005.
PERSILY, Nathaniel, “Toward a functional defense of political party autonomy”, New York University Law Review, Nova York, v. 76, n 3, p. 750 – 824, Junho, 2001.
PINTO JUNIOR, Nilo Ferreira, “O princípio do pluralismo político e a Constituição Federal”, Revista Eleitoral, Natal, v. 25, p. 37-45, 2011.
POIRÉ, Alejandro, “Elements for a Theory of Political Finance”, KSG Working Paper nº RWP06-014, 2006, p. 05. Harvard Kennedy School, Harvard University, Cambridge/MA. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=832631 acesso em 20 de junho de 2022.
PRZEWOSKI, Adam, Democracia e Mercado: reformas políticas e econômicas no Leste Europeu e na América Latina, Rio de Janeiro, Relume Dumará, 1994.
RIBEIRO, Pedro Floriano, “Organização e poder nos partidos brasileiros: uma análise dos estatutos”, Revista Brasileira de Ciência Politica, Brasília, n. 10, p. 225 – 265, abril, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000100007
SARTORI, Giovani, Partidos e sistemas partidários, São Paulo: Zahar editores, 1982.
SILVA, Raphael José de Oliveira, O financiamento da política no Brasil: as pessoas jurídicas e sua participação, Dissertação (Mestrado em Direito do Estado), Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, 2016.
SHAW; Daron R.; BROX, Brian J, “Political parties, American Campaigns, and effects on outcomes”, Handbook of party politics, London, Sage Publications, 2006.
SCHUMPETER, Joseph A, Capitalismo, Socialismo e Democracia, São Paulo, Editora da Unesp, 2017.
WHITE, John Kenneth, “What is a political party?”, Handbook of party politics, London, Sage Publications, 2006. DOI: https://doi.org/10.4135/9781848608047.n2
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2024 Simone Lavôr do Rêgo Lobão, Daniel Gustavo Falcão Pimentel dos Reis
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0.
Para fins da universalização e compartilhamento livre dos saberes a Revista do CONSINTER está indexada sob a Licença Creative Commons 4.0
Atribuição – Uso Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Brasil.
É permitido:
– Copiar, distribuir, exibir e executar a obra
– Criar obras derivadas
Sob as seguintes condições:
ATRIBUIÇÃO
Você deve dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante.
USO NÃO COMERCIAL
Você não pode utilizar esta obra com finalidades comerciais.
COMPARTILHAMENTO PELA MESMA LICENÇA
Se você alterar, transformar ou criar outra obra com base nesta, você somente poderá distribuir a obra resultante sob uma licença idêntica a esta.
Para cada novo uso ou distribuição, você deve deixar claro para outro, os termos da licença desta obra.
Licença Jurídica (licença integral): https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.pt_BR