Poder judiciário na era digital: o impacto das novas tecnologias de informação e de comunicação no exercício da jurisdição

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19135/revista.consinter.00017.10

Palavras-chave:

Tecnologias da Informação e da Comunicação, Era digital, Inteligência artificial, Excluídos digitais, Teletrabalho, Direitos da personalidade

Resumo

Este artigo objetiva, de modo geral, identificar os impactos das novas tecnologias de informação e de comunicação no acesso à justiça e no exercício da jurisdição, tendo como objetivos específicos: (i) examinar a transformação digital via utilização das TICs como fator de promoção do acesso à justiça e do devido processo legal; (ii) identificar eventuais limites à utilização das inovações tecnológicas, a exemplo da Inteligência Artificial, no âmbito do Poder Judiciário, sem olvidar a situação limitante dos excluídos digitais; e (iii) avaliar os aspectos positivos e negativos da ampliação do teletrabalho no Poder Judiciário como corolário do avanço tecnológico. As TICs auxiliam o Poder Judiciário no exercício da sua atividade típica de julgar e atípica de administrar. Todavia, é preciso resguardar os direitos da personalidade dos excluídos digitais, isto é, de parcela da população que não detém acesso a algumas das tecnologias que permitem a virtualização do sistema de justiça. Como problema de pesquisa, pretende-se discutir quais são os impactos das novas tecnologias da informação e de comunicação no acesso à justiça e no exercício da jurisdição. O método de procedimento utilizado é o hipotético-dedutivo. A técnica de pesquisa é a bibliográfica. Aventa-se, como hipótese, que o Poder Judiciário, enquanto instrumento de tutela de direitos fundamentais e da personalidade, ao exercer a tomada de decisão, com base em instrumentos de tecnologias de informação e de comunicação, promove a ampliação do acesso à justiça e a otimização do serviço público da justiça, desde que respeitada a posição jurídica dos excluídos digitais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Dirceu Pereira Siqueira, UniCesumar

Coordenador e Professor Permanente do Programa de Doutorado e Mestrado em Direito do Centro Universitário Cesumar (UniCesumar); Pós-doutorado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (Portugal), Doutor e Mestre em Direito Constitucional pela Instituição Toledo de Ensino - ITE/Bauru, Especialista Lato Sensu em Direito Civil e Processual Civil pelo Centro Universitário de Rio Preto, Pesquisador Bolsista - Modalidade Produtividade em Pesquisa para Doutor – PPD – do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI), Professor nos cursos de graduação em Direito da Universidade de Araraquara (UNIARA) e do Centro Universitário Unifafibe (UNIFAFIBE), Professor Convidado do Programa de Mestrado University Missouri Sate – EUA, Editor da Revista Direitos Sociais e Políticas Públicas (Qualis B1), Consultor Jurídico, Parecerista, Advogado. E-mail: dpsiqueira@uol.com.br. https://orcid.org/0000-0001-9073-7759

Frederico Mendes Junior, Universidade Estadual de Maringá

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá (PPE/UEM), na linha de pesquisa História e Historiografia da Educação. Mestre em Direito Processual e Cidadania na Universidade Paranaense (UNIPAR), com ênfase em Processo Penal. Professor da Escola da Magistratura do Paraná (EMAP). Juiz de Direito no TJPR. Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). ID Lattes: 0223024037984477. E-mail: juizfredericomendesjunior@gmail.com. https://orcid.org/0000-0002-6817-0159

Marcel Ferreira dos Santos, Unicesumar

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Jurídicas no Centro Universitário de Maringá – Unicesumar. Mestre em Ciências Jurídicas no Centro Universitário de Maringá – Unicesumar. Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela Escola Paulista de Direito (EPD). Especialista em Direito Público pela Faculdade de Direito Professor Damásio de Jesus. Ex-Coordenador e Professor do Curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Campus Maringá. Professor e ex-diretor da Escola da Magistratura do Paraná (Núcleo de Maringá). Juiz de Direito no TJPR. ID Lattes: 9432917972384107. E-mail: marcelfsantos@hotmail.com. https://orcid.org/0000-0003-1742-9519

Referências

Berkman Klein Center, “Berkman Klein Center and MIT Media Lab to Collaborate on the Ethics and Governance of Artificial Intelligence”, Berkman Klein Center, 10 jan. 2017, Disponível em: https://cyber.harvard.edu/node/99772, Acesso em 21 jul. 2023.

Brasil, conselho nacional de justiça, Resolução nº 227, de 15 de junho de 2016, Regulamenta o teletrabalho no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências, Diário de Justiça Eletrônico, 17 jun. 2016, p. 2-4, Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/2295, Acesso em 21 jul. 2023.

Brasil, Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 5 out. 1988, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm, Acesso em 21 jul. 2023.

Cappelletti, Mauro; Garth, Bryant, Acesso à justiça, Porto Alegre, Sergio Antonio Fabris, 1988.

Centro De Pesquisas Judiciais da Associação dos Magistrados Brasileiros, Relatório de Pesquisa: O exercício da jurisdição e a utilização de novas tecnologias de informação e de comunicação, 2022, Disponível em https://cpj.amb.com.br/wp-content/uploads/2023/03/O-exercicio-da-jurisdicao-e-a-utilizacao-de-novas-tecnologias-de-informacao-e-de-comunicacao_v29-03-23.pdf, Acesso em 21 jul. 2023.

Comissão Europeia para a Eficácia da Justiça (CEPEJ), Carta Europeia de Ética sobre o Uso da Inteligência Artificial em Sistemas Judiciais e seu ambiente, Adotada pela CEPEJ na sua 31ª reunião plenária (Estrasburgo, 3 e 4 de dezembro de 2018), 2018, Disponível em https://rm.coe.int/carta-etica-traduzida-para-portugues-revista/168093b7e0, Acesso em 30 maio 2022.

Comissão Europeia para a Eficácia da Justiça (CEPEJ), European Ethical Charter on the Use of Artificial Intelligence in Judicial Systems and their environment, fev. 2019, Disponível em https://rm.coe.int/ethical-charter-en-for--publication-4-december-2018/16808f699c, Acesso em 21 jul. 2023.

Cui, Yadong, Artificial Intelligence and Judicial Modernization, Cingapura, Springer, 2020, Tradução de Cao Yan e Liu Yan. DOI: https://doi.org/10.1007/978-981-32-9880-4

Fundação Getúlio Vargas, Relatório de Pesquisa: Tecnologia aplicada à gestão dos conflitos no âmbito do Poder Judiciário Brasileiro, 2020, Disponível em https://ciapj.fgv.br/sites/ciapj.fgv.br/files/estudos_e_pesquisas_ia_1afase.pdf, Acesso em 21 jul. 2023.

Grau, Eros Roberto, Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do Direito, São Paulo, Malheiros, 2002.

Kaplan, Andreas, Haenlein, Michael. Siri, “Siri, in my hand: Who’s the fairest in the land? On the interpretations, illustrations, and implications of artificial intelligence”, Business Horizons, vol. 62, 2019, pp. 15-25. DOI: https://doi.org/10.1016/j.bushor.2018.08.004

Mello, Álvaro Augusto Araújo, Teletrabalho (telework): o trabalho em qualquer lugare em qualquer hora, São Paulo, Qualitymark, 1999.

Montano, Elizabeth, Bielski, Keelin, Frucht, Maya, “Hack to the Future: How Technology Is Disrupting the Legal Profession”, University of Miami Law Review, vol. 73, n. 2, 2019, pp. 413-422.

Mostowy, Walter A, “Explaingin Opaque AI Decisions, Legally”, Berkeley Technology Law Journal, vol. 35, 2020.

Rocha, Cháris Telles Martins da, amador, Fernanda Spanier, “O teletrabalho: conceituação e questões para análise”, Cadernos Ebape, vol. 16, n. 1, 2018, pp. 152-162. DOI: https://doi.org/10.1590/1679-395154516

Sadek, Maria Tereza Aina, “Acesso à justiça: um direito e seus obstáculos”, Revista USP, n. 101, 2014, pp. 55-66. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i101p55-66

Siqueira, Dirceu Pereira, lara, Fernanda Corrêa Pavesi, lima, Henriqueta Fernanda CAF, “Acesso à Justiça em tempos de pandemia e os reflexos nos direitos da personalidade”, RFD-Revista da Faculdade de Direito da UERJ, n. 38, 2020, p. 25-41. DOI: https://doi.org/10.12957/rfd.2020.51382

Susskind, Richard, Online Courts and the future of justice, Oxford, Oxford University Press, 2019. DOI: https://doi.org/10.1093/oso/9780198838364.001.0001

Susskind, Richard, Tomorrow Lawyers: an introduction to your future, Oxford, Oxford University Press, 2013.

Villani, Cédric, “Donner uns sens à li’intelligence artificielle: pour une stratégie nationale et européenne”, Conseil National du Numérique, 2018, Disponível em: https://www.aiforhumanity.fr, Acesso em 21 jul. 2023.

Watanabe, Kazuo, “Política Pública do Poder Judiciário Nacional para tratamento adequado dos conflitos de interesses”, Revista de Processo, 2011, pp. 381-389.

Zarsky, T, “Transparent predictions”, University of Illinois Law Review, n. 4, 2013, pp. 1503-1570.

Downloads

Publicado

2023-12-19

Como Citar

Siqueira, D. P., Mendes Junior, F., & Santos, M. F. dos. (2023). Poder judiciário na era digital: o impacto das novas tecnologias de informação e de comunicação no exercício da jurisdição. Revista Internacional Consinter De Direito, 9(17), 249. https://doi.org/10.19135/revista.consinter.00017.10

Edição

Seção

Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos